Conheça a Operação Sorriso, que há 21 anos ajuda brasileiros nascidos com lábio leporino

A cada três minutos nasce no mundo uma criança com uma fissura no lábio ou no palato (o céu da boca). Iniciar a vida nessa condição traz uma perspectiva difícil quando pensamos em alimentação, sociabilização e autoestima. A fala também é dificultada pelo lábio leporino e compromete, por exemplo, a alfabetização. Para garantir a essas pessoas o direito de viver sem preconceito em 1982 foi fundada a Operation Smile, que está presente em 60 países dos cinco continentes e já transformou a vida de 240 mil pessoas ao redor do mundo.

No Brasil, o projeto se chama Operação Sorriso e atua por meio de mutirões cirúrgicos, que duram em média uma semana, levando além dos voluntários, uma carga de uma tonelada e meia de suprimentos e equipamentos médicos. “Acredito que uma das principais características do nosso trabalho é devolver às pessoas nascidas com fissura a perspectiva de um futuro digno, livre do preconceito, independentemente da idade do paciente”, nos conta Ana Leme, coordenadora de comunicação da Operação Sorriso.

O pequeno Rogério, de Fortaleza (CE), mostra uma foto de como ele era antes da cirurgia. (Foto: Marc Asher/Operação Sorriso)

Atuando no Brasil desde 1997, a Operação Sorriso já realizou 73 missões humanitárias em 12 estados, que resultaram em mais de 103 mil consultas médicas gratuitas e cirurgias em cerca de 5400 brasileiros de 12 estados. A ação segue os padrões globais de atendimento da Organização Mundial da Saúde (OMS), garantindo segurança e qualidade para os pacientes recebidos pelos voluntários nos mutirões pelo Brasil.

A realização de cirurgias labiais pode ser feita partir dos três a seis meses de vida, e por volta dos 12 a 18 meses em caso de operações no palato. No entanto, é comum o atendimento a pacientes adolescentes ou adultos que tentaram, mas não receberam tratamento médico adequado anteriormente. A Operação Sorriso já atendeu pessoas com até 70 anos.

O grupo de voluntários é composto por profissionais de nove especialidades, incluindo psicólogos, fonoaudiólogos e dentistas. Desde a triagem até o pós-cirúrgico, eles são essenciais. Enquanto o psicólogo minimiza a ansiedade dos pacientes e seus familiares, dentistas e fonoaudiólogos complementam a ação dos médicos, uma vez que uma cirurgia de fechamento da fissura (especialmente no palato) pode não ser suficiente, tornando necessário o acompanhamento odontológico e fonoaudiológico.

Médicos durante uma cirurgia na visita da Operação Sorriso a Santarém (PA). (Foto: Carla Formanek/Operação Sorriso)

Os dentistas atuam ainda na correção de dentes que podem ter nascido mal posicionados, ou que possam nem nascer, quando fissura atinge os rebordos alveolares. Já os fonoaudiólogos ajudam pacientes que em virtude da fissura no palato (ou no lábio e no palato) tenham ficado com a voz anasalada. Os pacientes atendidos durante os mutirões ainda são acompanhados no período de um ano após o termino das missões da Operação Sorriso em cada cidade, por voluntários médicos credenciados em hospitais parceiros. Os atendimentos acontecem uma semana, seis meses e um ano após as cirurgias.

O empenho dos voluntários para transformar as vidas dos pacientes torna possível, por exemplo, que a agenda de cerca de 60 profissionais envolvidos seja conciliada a cada missão, o que viabiliza a atuação da Operação Sorriso pelo país. “Muitos dos profissionais que atuam conosco tiram férias, fecham os consultórios ou trocam plantões para poder atuar nas missões”, informa Ana Leme.

Voluntário Hugo carregando uma criança durante a última missão da Operação Sorriso, em Santarém (PA). (Foto: Carla Formanek/Operação Sorriso)

Durante os mutirões cirúrgicos, os médicos, fonoaudiólogos, psicólogos e dentistas de várias partes do Brasil viajam para regiões onde as vezes sequer há aeroporto próximo, forçando longos deslocamentos por terra. “Mas mesmo com todas essas dificuldades, nunca deixamos de realizar uma missão por esses fatores; pelo contrário, se há alguma vaga aberta, nós chamamos voluntários internacionais para completar o time e partimos rumo à próxima missão!”, afirma Ana Leme.

Quem desejar ser um voluntário da Operação Sorriso pode ver quais vagas estão abertas através desse link. Pessoas das cidades por onde a Operação Sorriso vai passar também podem ajudar na montagem da estrutura no local, basta entrar em contato através do site. Quem desejar doar ou arrecadar doações para contribuir com a Operação Sorriso pode fazer um depósito na seguinte conta:

ASSOCIAÇÃO OPERAÇÃO SORRISO DO BRASIL
CNPJ: 08.691.563/0001-85
Banco Itaú – 341
AG. 8729
C/C 23082-4
Comunicar depósito ao e-mail: contato@operationsmile.org

Outra possibilidade é fazer uma doação pelo site: operacaosorriso.org.br/index.php/get-involved/doacao-financeira/